Não pode tirar-me as esperanças
Busque Amor novas artes, novo engenho
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode matar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Pois não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde;
Vem não sei como, e dói não sei porquê.
Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"
Porque me sufocam as palavras que gostaria de dizer... e não consigo...
Porque o sofrimento não é justo... não para nós que o amamos... muito menos para si...
Porque apenas equacionamos tudo quando estamos na presença da dor... na iminência do perder... da ausência física...
Porque, neste momento, a esperança é tudo o que me resta...
Quero pintar um arco-íris, percorrê-lo e, no final, encontrar o pote do tesouro... e o meu tesouro... era a sua vida...
GOSTO TANTO DE SI...
Um sorriso mais que triste...
Juba
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