segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Aquela pintura na parede do café by Outra Patanisca
Depois, o branco das nuvens como que ali colocadas, propositadamente, por alguma razão especial.
Entretanto, o verde dos fetos adquiriu o protagonismo assumido pela inveja às restantes cores daquela pintura.
Eu não teria plantado a árvore naquele sítio.
Pensando bem, a árvore está bem onde está. Assim, tudo ganha mais profundidade.
Não se lembraram do sol... Terá sido intencional?
E o sol faz falta??
Desta perspectiva, se o candeeiro estivesse aceso ele poderia, perfeitamente, ser o sol.
Mas, para o candeeiro estar aceso teria que ser noite...
E, se fosse noite, o céu já não seria azul, as nuvens já não seriam brancas e, o verde dos fetos deixaria de ser tão intenso mas... o candeeiro seria uma uma lua cheia perfeita!
Um sorriso
Outra Patanisca
sábado, 8 de janeiro de 2011
Oh jarra de flores desmaiadas by Uma Patanisca
Oh jarra de flores desmaiadas
Quanto de ti já foi vida...
Quantas almas tu confortaste
Antes de ficares aí esquecida.
Foste símbolo de homenagem,
Da alegria encarnação.
Foste a imagem da saudade,
Foste o enlevo do perdão.
Alguém te deixou aí desleixada
E, as tuas flores foram pintadas pela tristeza...
Desvaneceu o odor que emanavas,
Mas brotou de ti uma outra beleza.
Oh jarra de flores desmaiadas
Quanto de ti já foi vida...
Hoje és o escopo do meu pensamento,
Consolo do meu coração em ferida.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Um breve momento by A Patanisca
Fiquei a olhar-te serenamente e, foi assim também, serenamente, que ficaste por breves instantes.
Fixaste então aquele ponto, lá em baixo e, naturalmente, deixaste-te guiar pelo desejo de o alcançares.
E tu começaste a descer devagarinho, devagarinho e eu fui-te seguindo com o olhar quieto, quietinho.
Moveste-te de forma tão suave e firme própria de quem sabe o quer. E o teu tacto, o teu serpentear despertaram todos os meus sentidos. E como foi bom esse despertar!!!!
Namoraste cada pedacinho do caminho percorrido... E eu completamente absorvida pelo teu querer decidido.
Por fim, chegaste ao teu destino e deliciaste-te com a tua conquista. E foi então que te deitaste aguardando a tua sina.
Qual é o fado de uma gota de água? Vieste não sabes de onde e vais não sabes para onde. A chuva que caía lá fora trouxe-te até à minha janela e, a partir desse momento, nenhuma de nós foi a mesma...
Um Sorriso
A Patanisca
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Palavras by Patanisquinha
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Perdi o meu medo da tua ausência by Outra Patanisca
- Onde o deixaste? - perguntaste-me com desespero.
- Se eu soubesse onde o deixei, o meu medo não estaria perdido!
Perdi o meu medo da tua ausência. Quero mesmo que ele tenha sumido. Por isso, já fiz o exercício de recordar todos os meus passos, já vasculhei tudo e não o encontro... Fora de casa, eu sei que não está porque eu nunca o deixei sair com medo que ele se perdesse...
Parei e pensei: - Talvez tenha ficado no meu cérebro. Será que ficou lá?
Alarmada com esta possibilidade, decidi ir lá procurá-lo e pus-me a caminho. Ai que caminho difícil!!! A superfície do cérebro é irregular, com saliências e depressões. Chegada ao Hemisfério Direito, procurei, procurei e... nada. - Se não está aqui deve estar no Hemisfério Esquerdo - e assim, atravessei a Ponte Corpo Caloso. Esquadrinhei essa metade do cérebro e, mais uma vez, nada.
- Onde estás meu medo? Estás efectivamente perdido ou estás apenas escondido? Será que estás no meu coração?
Desci ao coração com algum receio. Entrei pela Veia Cava Superior. Estava tudo tão escuro, mal conseguia respirar e, de repente, dei por mim na Aurícula Direita. - Nada! Espreitei para o Ventrículo Direito e gritei: - Medo! Medo! Estás aí? - Não, não estava. Só apenas o Eco que me respondeu: - Medo! Medo! Estás aí?
Também não o achei nem na Aurícula nem no Ventrículo Direito e, dirigi-me à Artéria Aorta que me bombeou juntamente com o sangue. Assim, viajei por todo o meu corpo e não encontrei o meu medo da tua ausência.
- O meu medo também não está em mim - disse. - Será que está na minha alma? - questionei. -Mas eu não sei como chegar à minha alma.- constatei.
E, reconfortei-me no pensamento que se eu não sei chegar à minha alma, ele também não sabe.
O meu medo está mesmo perdido! Perdi o meu medo da tua ausência! Perdi o meu medo da tua ausência!
Agora sei que o perdi!
(tenho pena de não saber como... gostava de perder o meu medo das aranhas e da trovoada)
Um sorriso
Outra Patanisca
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
(In)decisões by Uma Patanisca
E, normalmente, é assim... tu pedes.
Hoje vou surpreender-te! Eu sei que vou. Hoje, sou eu que quero brincar contigo. AGORA! Quero brincar contigo A-GO-RAAAAAA (digo enquanto rodopio sobre mim mesma de braços abertos).
- Senhora Dona Mente, dá licença? Quantos passos?
- Um passo de tesoura - respondes.
(Dou um passo de tesoura)
- Senhora Dona Mente, dá licença? Quantos passos?
- Cinco passos de caranguejo.
(Dou cinco passos de caranguejo)
Estou sentada no chão em frente ao espelho. O meu reflexo pergunta-me: - Estás maluca??? - e continua: estás a dez metros do abismo e decides decidir (foi de propósito) numa brincadeira? Entregas-te assim à tua Mente? E, logo a ela que gosta de brincar contigo e adora ver-te furiosa? (numa coisa ela tem razão: tu ias gostar TAN-TO de te ver furiosa).
- Senhora Dona Mente, dá licença? Quantos passos?
- Dois passos de bailarina...
Um sorriso
Uma Patanisca
terça-feira, 13 de abril de 2010
A tradição já não é o que era... by Patanisca Saraiva
- Tenho que ir levar o jantar à minha avó. Quando chegar a casa volto a ligar-te.
domingo, 28 de março de 2010
True Love Will Find You In The End by Patanisquinha
The Legendary Tiger Man live in Santa Maria da Feira (awesome)
Um sorriso
Patanisquinha
segunda-feira, 22 de março de 2010
Linguagem muda... by Outra Patanisca
sexta-feira, 19 de março de 2010
Pára de olhar para mim! by A Patanisca
Gosto de margaridas, e depois?
Pára de olhar para mim...
Pêras rijas e sumarentas...
Pára de olhar para mim...
Olhei pela janela e o brilho de uma estrela envolveu-me num abraço quente e meigo.
Pára de olhar para mim!
terça-feira, 16 de março de 2010
Poupa-me! by Outra Patanisca
segunda-feira, 15 de março de 2010
Porque a esperança é tudo que me resta by Juba
Busque Amor novas artes, novo engenho
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Que dias há que na alma me tem posto
Porque me sufocam as palavras que gostaria de dizer... e não consigo...
Porque o sofrimento não é justo... não para nós que o amamos... muito menos para si...
Porque apenas equacionamos tudo quando estamos na presença da dor... na iminência do perder... da ausência física...
Porque, neste momento, a esperança é tudo o que me resta...
Quero pintar um arco-íris, percorrê-lo e, no final, encontrar o pote do tesouro... e o meu tesouro... era a sua vida...
GOSTO TANTO DE SI...
Um sorriso mais que triste...
Juba
terça-feira, 2 de março de 2010
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
A vida é feita de pequenos momentos felizes, by Juba
terça-feira, 28 de abril de 2009
Antes que seja tarde demais by EcoPatanisca
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Emoções que dão vida à saudade que trago by Patanisca da Saudade
Já alguma vez sentiste tanta saudade de alguém ao ponto de sentires dor de tanta tristeza pela sua ausência?
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Rodrigo Leão & Cinema Ensemble by Juba
Foi tão bonito, tão mágico, tão maravilhoso... "Fecho os olhos mesmo assim eu sinto..."
Obrigada mana, por me teres acompanhado e me teres proporcionado uma felicidade tão grande. ADORO-TE.
Amava poder partilhar, tudo aquilo que senti... Nem a impaciência do menino que estava sentado ao meu lado, rezando, jogando e tremendo a perna para que acabasse logo (talvez ansioso para a namorada "lhe pagar" o frete pelo qual estava a passar), nem a meia branca do Rodrigo estragaram o momento (ainda me senti tentada a ir-lhe assinar o gesso).
Aqui fica um bocadinho... (Pasión)
Um Sorriso
Juba
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Love is in the air?????? I don´t think so!!!!! by Uma Patanisca
Mais um dia, no qual, se comemoram sentimentos que deviam ser lembrados, não só hoje mas, todos os dias. É como o Natal, com a excepção que, no Natal enfeita-se a árvore e, no Dia dos Namorados, não se enfeita o que, normalmente, se vai enfeitando ao longo do ano... a testa !!!!!!
Há pouco, estava à janela (não feita Carochinha à espera do João Ratão porque, para além de não ter o perfil adequado, já não acredito em contos de fadas e tenho pavor a ratos :D) e, eis senão quando...
Ele subia a rua... Aprumou-se o garoto!!!! "Botou" o melhor fato e a melhor gravata (embora não batesse o cú com a careta)!!! Nem para ir à missa!!!! Trazia, numa das mãos, um ramo de flores e, na outra, uma caixa, cuidadosamente embrulhada, da qual, saía um balão em forma de coração... - Hum, parolo, hum! - disse eu, tossindo, entre dentes.
A menina aguardava-o com ansiedade. Reparei que, também ela, se tinha emperiquitado. Um vestidinho de cerimónia, uma écharpe no pescoço, o sapatinho de salto alto e o cabelo apanhado no toutiço com os cachos, perfeitos, feitos na cabeleireira. Não há cá pão para malucos, que a ocasião assim o exige!!!!
Ela desceu ao seu encontro, beijaram-se e galantearam-se... Ele deu-lhe os presentes, mais um beijo e, lá foram, descendo a rua de mãos dadas a caminho do restaurante.
Como foi um regalo vê-los pavonearem-se por lá baixo... Aos seus olhos, eram motivo de inveja, estavam tão bonitos!!! Mas bonito, bonito, neste caso, não são as canções do Tozé Brito mas, o valente par de cornos que ambos possuem!!!
Ele ama-a e, ela a ele mas, o problema, é que os corações, quer de um quer do outro, são muito grandes e cabe lá muita gente... Santa Hipocrisia!!!!
Mas hoje, dia de ostentar, a todo o mundo, o amor que sentem um pelo outro, o dia é mesmo só deles (até porque, hoje, os outros também têm que cumprir os seus papéis...).
Haja paciência para tantas manifestações de sentimentos que, realmente, não se tem, para anúncios bajoujos, para jantares românticos, para ramos de flores (argh!! rosas vermelhas argh!!), para peluches lamechas... "Don´t imitate, innovate" digo eu e, " A inovação, este ano, está nos violinos à entrada" diz, cheio de orgulho, o dono do restaurante (se enfiasses os violinos naquele sítio que eu cá sei...).
Em verdade vos digo: Vai cá uma crise!!!
(de sentimentos, de valores, de respeito).
Oh Cupido se, um dia, for para me acertar com setas dessas, envenenadas, vai de retro Satanás!!!!
Que te dou cabo do cortiço!!!!!!
Um sorriso
Uma Patanisca
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Resposta ao vizinho by Patanisca Vizinha
Vizinho, sabes perfeitamente, qual é a minha resposta à tua pergunta porque, penso que já me conheces um bocadinho... OU NÃO!!! Eu prefiro, mil vezes, saber que existe e não conseguir alcançar a felicidade do que morrer na ignorância. Isso, não querendo dizer que, não faça tudo para a conseguir abraçar (se sei onde está, eu só não a agarro se não puder).
Já perdi algumas noites debatendo, comigo mesma, este assunto...
Toda a gente vive obcecada pela "TAL FELICIDADE", felicidade essa, que muitas pessoas nem sabem, realmente, o que seja. Lutam por algo que acreditam ser felicidade (talvez porque outros foram felizes assim), ficando cegas, durante a luta, não se apercebendo que, provavelmente, a felicidade já passou diante dos seus olhos.
O que para mim pode ser felicidade para os outros pode não ser, por isso, devemos olhar bem para dentro de nós, descobrirmo-nos a nós mesmos, sem qualquer tipo de pudor, complexo, receio, medo e, com toda a sinceridade e pureza de sentimentos e, só assim, conseguiremos descobrir o que nos fará feliz de verdade.
O QUE NÃO ESTÁ EM NÓS, NÃO ESTARÁ PARA NÓS EM LADO NENHUM...
Deixo-te a ti, e a todos, as palavras de Vicente de Carvalho, em "Velho tema":
"Essa tal felicidade que supomos,
Árvore milagrosa, que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe, sim, mas nós não a encontramos
Porque está sempre onde nós a pomos,
Mas nunca a pomos onde nós estamos."
Um sorriso
Patanisca Vizinha
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
O Manel ... by Uma Patanisca
Hoje fui "à caça" dos ovos e lembrei-me do Manel... o Manel... (páro, com o olhar distante, como que, a visualizá-lo)...
O Manel é um rapaz cuja idade nunca cheguei a saber mas, que sempre supus, andar nos 30. Da recordação da sua imagem física, sobressai-me a sua magreza, o cabelo esquisito (perdoem-me mas não consegui encontrar outro adjectivo :S) e os dentes... Meu Jesus Cristinho, os dentes... os dentes do Manel, se tivessem nacionalidade, seriam brasileiros de certeza... verdes e amarelos.
Vindo de uma família pobre, o Manel viu-se obrigado a trabalhar cedo. O pai, homem ganancioso, que prefere viver no meio da merda a gastar os trocos, fica-lhe com todo o dinheiro que ganha. O Manel dá o corpo ao manifesto e o pai é que fica com os louros... e, se o Manel arrebita cabelo, o pai logo trata de lho baixar com o cajado no lombo. Não lhe dá dinheiro para nada, nem mesmo para comer. O pobre coitado, tantas vezes, trabalha sem comer.
Uma vez, chegada a hora do almoço, o Manel sacou de 6 pães com 2 ovos estrelados cada um, e um outro, com três ovos lá dentro.
- Oh Manel vais comer esses ovos todos agora? - perguntou o colega - São 13 ovos. Olha que isso faz-te mal!
- Faz mal é não os comer... respondeu o Manel abocanhando, com força, o primeiro pão.
As pessoas queixam-se do Salazar, mas esquecem-se que ainda existem muitos, em muitas casas portuguesas. Têm é outros nomes.
Talvez por causa disso, o Manel é muito contido na presença de outras pessoas, como que se estivesse incutido nele, o "prestar vassalagem" a toda a gente. O Manel discrimina-se a ele próprio... O Manel vê-se como um zero à esquerda, como um Zé Ninguém... Não acredita nele mesmo.
Mas, quando se apanha com um bocadinho mais de confiança, o Manel descontrola-se e abusa. Recordo-me de um antigo colega, estar sempre a picar com ele por causa das mulheres. O Manel não tinha namorada, muito menos esposa mas, quando abordado com o assunto, na teoria, ele sabia-a toda e não negava fogo. Dizia que costumava ir a casa de mulheres da vida, e o colega brincava com ele, dizendo que lhe pagava uma ida lá mas tinha que ver o serviço a ser feito, para acreditar(lol). Um dia, aquando do visionamento de uns trabalhos, fomos ao estaleiro onde andavam a cortar lenha. O tal colega aproximou-se do Manel, disse-lhe qualquer coisa ao ouvido, e só me lembro de ver o Manel, agarrado ao tronco, gesticulando como se estivesse a fazer o tal serviço, na casa das tais mulheres... QUE VONTADE, carago!!!!
O Manel pode não ter nascido muito fino mas, também nunca lhe foi dada uma oportunidade de ser diferente. Estou convencida que, mesmo que agora essa oportunidade surgisse, o Manel não saberia aproveitá-la porque lhe faltam as bases que lhe deviam ter sido transmitidas e, não foram...
Meus amigos a pobreza de dinheiro é muito triste mas, muito mais é, a pobreza de espírito!!!
Um sorriso
Uma Patanisca
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Desabafo... by Juba
Não vou preocupar-me com a minha escrita, com a linguagem, com o que podereis estar a pensar. Quero é arrancar, de dentro de mim, esta raiva, este sentimento que me tem consumido aos poucos, que faz com que não me reconheça, pois não sou assim...
Nutro este ódio por ele, vai para alguns anos, desde o tempo em que entrou em contacto com alguns vizinhos, com os meus amigos, com amigos dos meus amigos, com pessoas que nem sequer conheço pessoalmente. Mas esse ódio cresceu quando ele resolveu meter-se com a minha mãe.
O gajo é matreiro, sabidolas... aproxima-se sem darmos conta, apodera-se do que é nosso, apenas com um único objectivo... destruição! Não sei onde aprendeu a técnica... só sei que, muitas vezes, é imbatível... Que monstro é este???
A minha mãe, quando se apercebeu, já estava sob a sua alçada e, foi uma longa luta, uma luta dolorosa, quer dela quer de todos nós, para se livrar dele. Com a sua força de vontade, com a sua e a nossa fé, com a ajuda dos especialistas e de Deus todo Poderoso, limpou-se o canastro a esse cabrão.
MAMA SEU FILHO DA PUTA. MAMAAAAAAAA. Vencemos-te cabrão. Quem julgas que és?????? VENCEMOS-TE.
Mas a minha mãe teve sorte, MUITA SORTE. Sorte que muitas outras pessoas também têm, mas que outras, infelizmente, não.
O cancro não escolhe sexo, nem idade, nem estrato social... simplesmente ataca... Porquê? Não sei... ninguém sabe...
Actualmente, vivo, uma vez mais, essa luta com uma das pessoas que mais amo :(
Tenho que ter a mesma fé de ser possível vencê-lo novamente, não é? ... EU TENHO!
A todos os que vivem com este monstro, directa ou indirectamente, um abraço forte cheio de força, carinho e ESPERANÇA...
Um sorriso
(um cadinho triste)
Juba
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Rebeldia de estudante adolescente by Patanisca Rebelde Estudante
Não se falava de outra coisa... O meu colega perguntou-me:
- Si, se fosse tua filha???
- Puxava a talocha atrás e aquecia-lhe aquele lombo que ela nem sabia de que terra era - respondi.
Mas, muitos pais não têm culpa dos comportamentos dos filhos, como os meus pais não tiveram culpa dos meus...
Eu sempre disse, desde pita pequena, que queria estudar a todo o custo. Comecei a escrever com 3 anos e pedia aos meus primos mais velhos para me lerem as histórias dos livros para, mais tarde, as ler de cor. E o meu primeiro dia na escola foi, sem dúvida alguma, um dos dias mais felizes da minha vida.
Penso que foi essa minha paixão que me livrou de ser castigada, tantas vezes, quando me tornei adolescente (que fase complicada e estúpida essa... o lidar com as mudanças, o querer crescer à força, os primeiros impulsos sexuais, o não saber, nem querer, lidar com as rejeições..). As brincadeiras que fazia, até porque não passavam disso mesmo, eram abafadas pelas minhas boas notas.
Uma das pessoas que mais "sofreu" comigo foi a minha professora de Psicologia do 12.º ano. A vovó Júlia, como carinhosamente a chamávamos, era uma senhora nos seus 60 anos, com uma farta cabeleira grisalha e, cujas indumentárias, surpreendiam todos os dias. As suas aulas não me cativavam e, a distracção era uma constante.
Um dia, quase todos os meus colegas faltaram à sua aula (concentração no pátio da escola para umas quantas conversas e reinações) mas eu não podia faltar e tive que ir. A aula começou mas eu não estava bem... a minha cabeça estava lá com eles.
- Professora, posso ir à casa de banho? - perguntei eu, passados 10 minutos.
A professora anuiu e eu desci as escadas a correr ao encontro dos que haviam ficado no pátio.
- Que estás aqui a fazer? - perguntaram quando me viram - Tu não podias faltar!!!
- Vim à casa de banho - respondi com um ar de "eu é que sou cool" (totó do caralho).
A conversa estava tão animada que nem dei conta do tempo passar... 30 minutos. EU ESTAVA À 30 MINUTOS NA CASA DE BANHO!!!!!!
Acho que bati o recorde dos 50m escadas. Bati à porta e a professora abriu... Olhou-me com fúria e, quando se preparava para me repreender, eu olhei-a nos olhos fazendo beicinho, qual Gato das Botas no Shrek, e disse:
- Desculpe professora, estou com hemorróides! - e dirigi-me à minha secretária que ficava mesmo à frente da dela (lugar, estrategicamente escolhido por ela, para me manter sob controlo).
Os colegas, que estavam na sala, mesmo me conhecendo, não conseguiram deixar de ficar incrédulos com a minha lata... nem eu própria acreditava no que tinha sido capaz de dizer...
Completamente perdida de riso, apoiei os cotovelos na mesa, baixei a minha cabeça apoiando-a nas minhas mãos, de modo a que ela não me visse a rir. Ela aproximou-se e, de um jeito meigo e preocupado, pensando que eu estava naquela posição por vergonha de não conseguir livrar-me das sobras, pôs a sua mão na minha cabeça e disse: - Não fique assim! Acontece a qualquer um!
Não me contive e desmanchei-me a rir... as lágrimas caíam-me pela cara abaixo, enquanto ela prosseguiu com a aula.
Quando somos adolescentes, acreditamos que o nosso desequilíbrio hormonal e a busca, incessante, da nossa personalidade nos dá o direito a qualquer coisa... desculpa qualquer coisa... não é verdade! Desde sempre aconteceu, acontece e, por certo, continuará a acontecer mas, hoje em dia, ultrapassa os limites quer do respeito moral, quer do respeito físico.
Apesar da minha rebeldia, orgulho-me de pertencer à geração dos que viam o Sr. Professor como SENHOR PROFESSOR.
Um sorriso
Patanisca Rebelde Estudante
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Um levantamento GPS ... I by Patanisca Engenheira
Uma vez mais, o acordar foi uma tortura. O telemóvel despertou, pus a cabeça fora dos lençóis, qual tartaruga a sair da sua carapaça, e os meus olhos entraram em contacto com os primeiros raios de sol. Aaaaaaaaahhhhhhh cheguem-se para lá malvados, que as minhas vistinhas fazem-me falta! Um espreguiçar gostoso, um agarrar a almofada em jeito de despedida e... "MEU DEUS AS HORAS!!!!"... não queria acreditar, o telemóvel já tinha tocado 2 vezes sem eu ter dado conta... "ESTOU ATRASADA!!!!!"
Dei início à operação "Despacha-te que se faz tarde". Saí da cama num salto e fui logo cumprir o primeiro ritual de todos os dias: música. "Preciso de energia", pensei e, escolhi "Rebellion (Lies)" dos Arcade Fire em volume máximo. Corri para a casa de banho, aprontei as coisas para o duche, de gás aproximei-me do roupeiro e escolhi a roupa; não foi difícil, em dias de levantamentos GPS é apenas uns jeans, uma t-shirt e as botas do monte. Volto num ápice para o duche, gritando "Everytime you close your eyeeeees" acompanhando a música. Depois do banhinho, da higiene oral, do protector solar (que ia andar ao sol) arranjei-me em tempo recorde, entre pulos e gritos que aqueles violinos entranham-se no corpo, e rumei ao meu destino.
Previa-se um levantamento GPS demorado, uma confirmação de área. Já o tinha feito, uma primeira vez, e sabia o que iria custar. O meu colega, um feijão todo jeitoso a quem eu devo imenso por tantos ensinamentos, também tinha trabalho de campo e combinamos que ele me daria boleia até ao local do levantamento e depois me apanharia no regresso. E assim foi...
A manhã ficou muito quente, o sol animou-se com a minha chegada ;) ... acabou por ser um trabalho duro, por entre montes e vales, mas terminei mais cedo do que previsto e dirigi-me ao local onde fiquei de esperar pelo colega.
O caminho até lá, tratava-se de uma subida de mais ou menos 200m completamente sinuosa. Enquanto subia, reparei que três pessoas desciam na minha direcção com algumas cabrinhas e ovelhas e, quando nos cruzamos, pude ver de quem se tratava... Uma senhora já velhinha com a vida do campo marcada no rosto e nas mãos, um garoto com pinta de malandro que trazia na mão uma vara para comandar os animais e, uma senhora de meia idade com Síndrome de Down (como diria o meu amigo leia-se e diga-se "piceleiro", entenda-se "picheleiro", era "mangolóide", "mengolóide" ... não será mongolóide????)
- Bom dia - disse eu.
- Bom dia - respondeu a velhinha. Estava aqui a comentar como a senhora engenheira mexe-se bem no terreno, melhor do que muita gente que trabalha no campo.
- É o hábito - disse eu, com um sorriso acanhado.
- Quem viu isto e quem vê - continuou ela. As máquinas entraram e já mudaram tudo (...)
Enquanto ela falava, a senhora de meia idade mantinha-se serena fitando-me, de cima a baixo, como que avaliando-me.
Por seu lado, o garoto, tinha arranjado um passatempo: bater-me com a vara nas pernas... Era com cada chibatada.... pimba! pimba! pimba!
- Vá garotinho, está quietinho - disse eu com um sorriso forçado, apertando-lhe as bochechas e pensava:" Raio do garoto... vai é varejar os frutos dos tomateiros do teu pai!".
A velhinha continuou a falar incessantemente, o garoto acatou o meu pedido e, quando menos esperava, assim vindo do nada, a senhora de meia idade encarou-me e disse:
- Posso fazer-lhe uma pergunta?
- Claro que sim, esteja à vontade - respondi.
- A senhora dorme sozinha??????
Quando ouvi aquilo nem quis acreditar... "eu não ouvi isto" pensei, mas com um sorriso malandro respondi:
- Por acaso não. Por acaso durmo com a minha irmã.
Ela voltou a encarar-me e em alta voz perguntou:
- E CONSEGUE?????????
Eu encolhi os ombros, franzi o sobrolho e a medo disse:
- Consigo...
E ela grita:
- COMIGOOOOOOOOOOOOOOOOO????????????? - desatando-se a rir à gargalhada e dizendo: - Já apanhei mais uma looooooooooooooooooooooooooool... e continuou: - Agora a senhora também já pode fazer isto mas, se for a um rapaz tem mais piada!
- Sim - disse - estamos sempre a aprender.
Despedi-me daquele trio caricato e fui ao encontro do meu colega feijão. Aposto que já sabem qual foi a primeira coisa que lhe disse ;)
Até uma próxima aventura...
Um sorriso
Patanisca Engenheira